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quarta-feira, setembro 24, 2014

Nascer em silêncio... no silêncio...

...Não pode continuar a ser assunto "tabu", quebrar o silêncio é obrigatório.
Um filho não pode ser esquecido, um filho não é substituível.

A Júlia é a minha segunda filha, nascida adormecida de uma gravidez de termo.

Não peçam para que esqueça, não digam que Deus quis assim ou assado ou que era pior assim ou assado, que temos de seguir em frente ou que falando dela e sofrendo por ela não os deixamos partir. Não insinuem para "atirar" para trás das costas. Não desvalorizem... fazendo assim criam ainda mais dor.

Eu não torno as coisas mais duras do que elas são a falar da minha filha Júlia, eu dou-lhe a dimensão que tem. É demasiado duro perder um filho!

A minha filha nasceu assim... no silêncio e em silêncio às 38 semanas e 4 dias de gestação de parto vaginal induzido... um parto duro e dificil fisicamente mas muito mais duro e difícil emocionalmente e voltar para casa de colo vazio e tudo o que acarreta uma morte numa gravidez de termo é... não há palavras para descrever... o que sinto cá dentro é só meu... tão solitariamente meu...




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